Clonagem e troca de números de celulares se tornou banal no Brasil

A falta de segurança impera em todos os lugares, e com milhares de sites aceitando reativar a sua conta através de SMS, os fraudadores usam as brechas impossíveis e inimagináveis para conseguir acessar as contas de qualquer usuário, como contas de e-mail, Whatsapp, Pic Pay, RecargaPay, Iti do Itaú (que mal surgiu e já conta com incidentes), e contas digitais diversas, afinal, basta ir no recuperar senha, e ativar a conta por SMS e pronto.

Criminosos fazem uso destas linhas roubadas contactando os seus contatos, pedindo dinheiro e transferências, pagando boletos sempre usando conta de terceiros, e muita das vezes, realiza a inclusão de cartões de crédito, paga boleto de terceiros, trazendo ou não prejuízo financeiro para a pessoa que foi vítima, o que em alguns casos a impede de criar um boletim de ocorrência em qualquer delegacia, pois ela não foi vítima final, foi apenas um intermediário.

O que era para ser o item mais segundo no mundo, como a clonagem de números de celulares na rede GSM, no Brasil isto é banal, e as operadoras não estão nem aí para as reclamações de seus usuários.

De todas as operadoras no Reclame Aqui que encontramos no Brasil, como TIM, Claro, Vivo e Oi, todas elas estão com a classificação "Não recomendada" em todo o período, ou seja, nenhuma presta.

Todos já sabem que as operadoras não prestam um bom serviço, mas temos aqui as referências específicas de várias pessoas que tiveram o mesmo problema: Sua linha foi cancelada ou alterada, e seu número passou a ser utilizado por um terceiro, e houveram casos de uso indevido das contas digitais. A resposta da operadora, quando é fornecida ao usuário, é sempre a mesma: 5 dias úteis para verificar o caso.

Podemos considerar que isto é uma máfia que age dentro das operadoras, como no caso de um cliente Claro Controle: Sua linha foi cancelada, se tornou pré-pago, e em seguida o número passou a ser de um novo cliente em um outro lugar, e acessou o Whatsapp e Pic Pay.

No dia 30/11, por volta das 17hs, a operadora informou que houve um cancelamento realizado pela internet, mas não informou que havia troca de "recurso", referindo-se a troca do chip.

Neste mesmo dia, por volta das 18h30, o whatsapp foi desconectado porque foi conectado em outro aparelho, e então o Pic Pay passou a ser acessado através de um aparelho Motorola.

O usuário percebeu que sua conta Pic Pay não mostrava se havia outras sessões conectadas, e como ele mantém todas as sessões autenticadas, percebeu que um cartão de crédito adicional aparecia na conta, e mesmo removendo, excluiu sempre que aparecia.

Parecia um sintoma de clonagem de número, onde outra pessoa passou a receber SMS e ligações, porém, só percebeu que o número havia sido alterado ao ligar para a operadora e o atendente falou:

Atendente: "O atendimento é para a mesma linha que está me ligando?"
Cliente: "Sim"
Atendente: "Linha final xx84?"
Cliente: "Não, o final é xx02."
Atendente: "Então o atendimento não é para a linha que está ligando?" - em tom de deboche.
Cliente "Eu estou ligando a partir do meu número, que é final xx02."
Atendente: "Qual a linha que quer atendimento, por favor?" - em tom de deboche e sarcasmo.

Então neste momento, percebeu-se a fraude: Alguém dentro da operadora Claro entrou nos sistemas e alterou o ICCID, que é o código do chip GSM para um outro ICCID de outro chip qualquer, e não há ninguém que pode realizar isto através do atendimento telefônico, pela web, ou na loja, sendo um item exclusivamente interno dentro da operadora, ou seja, a fraude vem de dentro da própria operadora de celular.

Foi solicitado o cancelamento do chip por fraude, mas não tinha opção, e o atendente falou que só tinha três opções: Roubo, Furto ou Perda. Como não tinha opção, o usuário usou a opção roubo, pois roubaram o número que pertencia a ele, e acessou indevidamente as contas.

O caso foi solucionado apenas na loja da Claro, onde teve que obrigatoriamente adquirir um novo plano fidelizado por 12 meses, e ainda teve que pagar pelo novo chip para restaurar a linha, mesmo mediante a fraude e evidência do chip atual contendo outra linha de um terceiro cliente que também havia sofrido do mesmo problema.

Após recuperar a linha, foi ao 6º DP para prestar depoimento e abrir o boletim de ocorrência, o que lhe foi negado, já que não houve prejuízos financeiros, pois bloqueou as contas de cartão de crédito antes que o criminoso pudesse realizar qualquer ação, e sem prejuízos, não caracteriza-se crime, e não entra no código penal, conforme foi orientado assim pelo policial que estava em plantão, e que não iria adiantar em nada fornecer um papel da ocorrência neste caso, e que nada poderia ser feito.

Informou também para procurar um advogado para o caso, mas o processo seria contra a operadora em caso civil, e não penal.

Mas como a pessoa de dentro da operadora teria acesso a saber se o número associado tinha uma conta Pic Pay verificada para realizar pagamentos aleatórios utilizando qualquer cartão de crédito?

Acreditamos que seja uma máfia, e o mais seguro atualmente, é remover o seu número de celular de qualquer conta que possua, e não ativar a autenticação de dois fatores utilizando o método de SMS.

O usuário que relatou o caso específico pertence a equipe do Tubão, mas vários outros relatos semelhantes encontramos em várias reclamações do site Reclame Aqui, e nenhuma operadora está a salvo da clonagem e/ou troca de números celulares no Brasil.