Hezbollah libanês faz novos ataques contra Israel
O Hezbollah libanês anunciou nesta segunda-feira (14) ter atacado uma base naval israelense perto de Haifa, um dia depois de um ataque semelhante ter matado pelo menos quatro soldados de Israel numa base militar na mesma região.
A imprensa informou que as sirenes de ataque aéreo soaram na cidade de Netanya e em outras localidades no centro de Israel.
O Exército israelense disse ter interceptado projéteis disparados do Líbano para o centro de Israel.
O Hezbollah informou também que atacou hoje soldados israelenses que tinham avançado para a aldeia fronteiriça de Maroun al-Ras, no sul do Líbano, onde o Exército israelense diz que faz incursões terrestres.
O grupo libanês pró-iraniano afirmou que seus combatentes "dispararam projéteis de artilharia contra uma concentração de soldados inimigos" na aldeia.
Ameaçou com novos ataques se Israel prosseguir com a ofensiva no sul do Líbano.
"Estamos vigilantes e preparados para defender o país", disse o Hezbollah em comunicado, citado pela agência francesa AFP.
Os ataques reivindicados hoje pelo Hezbollah ocorrem após o desse domingo (13) contra uma base militar ao sul da cidade Haifa, que matou quatro soldados israelenses.
Foi o ataque mais violento em Israel desde que o movimento armado xiita e o Exército israelense entraram em guerra aberta, em 23 de setembro.
O chefe do Estado-Maior israelense, Herzi Halevi, descreveu o ataque como doloroso.
Apoiado pelo Irã e aliado do Hamas palestino, o Hezbollah avisou que o ataque era uma amostra do que Israel teria de enfrentar se continuasse as operações militares no Líbano.
O Exército israelense disse que o ataque de ontem à noite visou um campo de treino em Binyamina, ao sul de Haifa, uma grande cidade no norte de Israel.
Uma fonte militar disse à AFP que o ataque, feito por um drone, atingiu o refeitório da base militar.
De acordo com a United Hatzalah, uma organização voluntária de socorro, mais de 60 pessoas ficaram feridas.
O Hezbollah afirmou que seus combatentes tinham disparado "um esquadrão de 'drones' explosivos" contra um campo de treino.
O grupo libanês disse tratar-se de uma "operação complexa", porque implicou lançar simultaneamente dezenas de mísseis nas regiões de Nahariya e Acre para "distrair os sistemas de defesa aérea israelenses".
Os drones conseguiram contornar os radares israelenses e "atingir o seu alvo", segundo o movimento xiita.
Depois de ter enfraquecido o Hamas em Gaza, Israel deslocou a linha da frente da guerra para o Líbano, a fim de permitir o regresso ao norte do país de cerca de 60 mil habitantes deslocados pelos disparos de foguetes pelo Hezbollah.
O grupo libanês iniciou os disparos em 8 de outubro de 2023, para apoiar o Hamas, que enfrenta uma ofensiva israelense desde então.
A ofensiva foi desencadeada por um ataque do Hamas no sul de Israel, a partir da Faixa de Gaza, que causou cerca de 1.200 feridos e 251 reféns que foram levados para território palestino.
A resposta israelense provocou quase 42.300 mortos na Faixa de Gaza, segundo o mais recente balanço das autoridades de saúde do Hamas, que governa o enclave desde 2007.
Israel matou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e outros dirigentes do grupo, bem como um general iraniano, num bombardeio no sul de Beirute em 27 de setembro.
Apesar do maior foco no Líbano, Israel tem prosseguido com as operações em Gaza e matou hoje várias pessoas em um ataque de artilharia contra um centro de distribuição de alimentos da ONU em Jabalia, no norte do território.
A televião Al Jazeera do Qatar, um dos poucos meios de comunicação social que ainda tem correspondentes no norte do enclave, disse que pelo menos dez pessoas foram mortas no ataque.
A agência noticiosa oficial palestina, Wafa, afirmou que pelo menos oito pessoas foram mortas e 40 ficaram feridas.
Os corpos e os feridos foram levados para o Hospital Al Awda em Jabalia, acrescentou a agência, segundo a AFP.
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Fonte: Agência Brasil
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