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Nobel de Economia vai para pesquisadores que estudam desigualdade

Três acadêmicos norte-americanos ganharam o Prêmio Nobel de Economia de 2024 nesta segunda-feira (14) por suas pesquisas sobre o motivo pelo qual a desigualdade global persiste, especialmente em países marcados pela corrupção e pela ditadura.

Simon Johnson e James Robinson, ambos britânico-americanos, e o turco-americano Daron Acemoglu foram elogiados por seu trabalho sobre "como as instituições são formadas e afetam a prosperidade", informou a Academia Real de Ciências da Suécia.

"Reduzir as grandes diferenças de renda entre os países é um dos maiores desafios de nosso tempo. Os laureados demonstraram a importância das instituições sociais para alcançar esse objetivo", disse Jakob Svensson, presidente do Comitê do Prêmio em Ciências Econômicas.

"Eles identificaram as raízes históricas dos ambientes institucionais fracos que caracterizam muitos países de baixa renda atualmente", disse ele em entrevista.

O prêmio veio um dia depois que o relatório do Banco Mundial mostrou que os 26 países mais pobres do mundo -- que abrigam 40% das pessoas mais pobres -- estão mais endividados do que em qualquer outro momento desde 2006, destacando uma grande reversão na luta contra a pobreza.

O prestigioso prêmio, formalmente conhecido como Sveriges Riksbank em Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, é o último a ser concedido este ano e tem o valor de 11 milhões de coroas suecas (RS 1,1 milhão).

Acemoglu disse na coletiva do Nobel que os dados coletados por grupos pró-democracia mostraram que as instituições públicas e o Estado de Direito em muitas partes do mundo estão sendo enfraquecidos.

"Acho que este é um momento em que as democracias estão passando por uma fase difícil", afirmou Acemoglu. "E, de certa forma, é crucial que elas recuperem a posição de destaque em termos de melhor governança, governança mais limpa e cumprimento da promessa de democracia para uma ampla gama de pessoas."

Acemoglu e Johnson trabalham no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, enquanto Robinson trabalha na Universidade de Chicago.

Recentemente, Acemoglu e Johnson colaboraram em um livro que faz um levantamento da tecnologia ao longo dos tempos e que demonstra como alguns avanços tecnológicos foram melhores do que outros na criação de empregos e na distribuição de riqueza.

O prêmio de Economia não é um dos prêmios originais de ciência, literatura e paz criados no testamento do inventor da dinamite e empresário Alfred Nobel e concedido pela primeira vez em 1901, mas uma adição posterior estabelecida e financiada pelo Banco Central da Suécia em 1968.

Os vencedores anteriores incluem uma série de pensadores influentes, como Milton Friedman, John Nash -- interpretado pelo ator Russell Crowe no filme de 2001 "Uma Mente Brilhante" -- e, mais recentemente, o ex-presidente do Federal Reserve dos EUA, Ben Bernanke.

A pesquisa sobre desigualdade teve grande destaque em prêmios recentes. No ano passado, a historiadora econômica de Harvard Claudia Goldin ganhou o prêmio por seu trabalho que destaca as causas da desigualdade salarial e do mercado de trabalho entre homens e mulheres.

Em 2019, os economistas Abhijit Banerjee, Esther Duflo e Michael Kremer ganharam o prêmio por seu trabalho no combate à pobreza.

O prêmio de Economia tem sido dominado por acadêmicos dos EUA desde sua criação, enquanto os pesquisadores sediados no país também tendem a representar uma grande parte dos vencedores nos campos científicos para os quais os laureados de 2024 foram anunciados na semana passada.

Essa safra de prêmios começou com os cientistas norte-americanos Victor Ambros e Gary Ruvkun ganhando o prêmio de Medicina na segunda-feira e terminou com a Nihon Hidankyo, do Japão, uma organização de sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki que fez campanha pela abolição das armas nucleares, recebendo o prêmio pela Paz na sexta-feira.

*(Reportagem adicional de Niklas Pollard e Terje Solsvik)

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Fonte: Agência Brasil

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