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Ataques dos Estados Unidos no Iêmen deixam pelo menos 31 mortos

Os ataques norte-americanos contra os houthis no Iêmen deixaram pelo menos 31 mortos e 101 feridos, informou o Ministério da Saúde dos rebeldes.

Os ataques tiveram como alvo a capital Sanaã, as províncias de Saada (noroeste) e Al-Bayda (centro), além da cidade de Radaa (centro), escreveu o porta-voz do ministério Anis Al-Asbahi, na rede social X, lembrando a existência de crianças entre os mortos.

A estação de televisão dos rebeldes Al-Massirah anunciou, nesse sábado (15) à noite, que um "ataque americano-britânico" atingiu a área de Shououb, no norte da capital Sanaã, bem como Saada, um reduto rebelde no norte do Iêmen. Londres não anunciou qualquer ataque.

O presidente dos Estados Unidos (EUA) anunciou "ação militar decisiva e poderosa" contra os houthis no Iêmen.

"Usaremos força letal esmagadora até atingirmos o nosso objetivo", avisou Donald Trump.

Estes são os primeiros ataques dos Estados Unidos contra os houthis desde que Trump tomou posse, em 20 de janeiro.

Os houthis já reagiram, avisando que a "agressão não vai ficar sem resposta".

"As nossas Forças Armadas estão prontas para responder à escalada com escalada", reagiu o gabinete político dos rebeldes em declaração transmitida pela TV Al-Massirah.

A agressão surge depois de os houthis terem anunciado, em 11 de março, a intenção de retomar os ataques que têm feito há mais de um ano, ao largo da costa do Iêmen, contra navios mercantes que acreditam estar ligados a Israel.

Os rebeldes, que apoiam o movimento isllâmico palestino Hamas, em Gaza, destacaram que a decisão foi tomada depois de Israel ter recusado a entrega de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, devastada por 15 meses de guerra.

"Os ataques têm de parar, a partir de hoje", disse Donald Trump sobre os "terroristas houthis", a quem prometeu "o inferno".

O presidente norte-americano também deixou uma mensagem ao Irã: "Não ameacem o povo norte-americano, o seu presidente ou as rotas marítimas do mundo. E se o fizerem, tenham cuidado, porque a América vai atribuir a vocês toda a responsabilidade e não faremos nenhum favor".

O Irã respondeu e disse que os Estados Unidos "não têm direito de ditar" a política externa do Irã.

Os houthis fazem parte do que o Irã chama o "eixo de resistência" a Israel, que inclui ainda o movimento islâmico palestino Hamas e o Hezbollah libanês.

Saudando "o apoio" dos houthis ao povo palestino na Faixa de Gaza, o Hamas divulgou declaração nesse sábado condenando a "agressão aérea americano-britânica" e descrevendo-a como uma "violação flagrante do direito internacional".

Os houthis fazem, desde novembro de 2023, ataques ao largo da costa do Iêmen contra navios que acreditam estar ligados a Israel, mas também aos Estados Unidos e ao Reino Unido.

Eles alegam que agem em solidariedade aos palestinos em Gaza, onde uma guerra de 15 meses entre o Hamas e Israel foi desencadeada por um ataque sem precedentes do movimento islâmico em solo israelense, em 7 de outubro de 2023.

Em 19 de janeiro, os houthis cessaram os ataques após a entrada em vigor da trégua em Gaza.

Os ataques a navios perturbaram o tráfego no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, uma zona marítima essencial para o comércio mundial, levando os Estados Unidos a criar uma coligação naval multinacional e a atacar alvos rebeldes no Iêmen, por vezes com a ajuda do Reino Unido.

De acordo com o porta-voz do Pentágono Sean Parnell, os houthis "atacaram 174 vezes navios de guerra norte-americanos e 145 vezes navios comerciais desde 2023".

No início de março, os Estados Unidos classificaram os houthis como "organização terrorista estrangeira", depois de Donald Trump ter assinado uma ordem executiva nesse sentido.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Fonte: Agência Brasil

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